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15 outubro 2016

Westworld - Prazer brutal



O prazer brutal tem final violento.


Este artigo traz três referências a cenas do filme que não chegam a comprometer a surpresa de quem for assistir. Mesmo assim, se não desejar conhecer detalhes da estória, assista o filme antes de ler o artigo. 

Imagine uma pequena comunidade no centro de um vasto território do velho oeste norte-americano. Povoe esse mundo com todos os tipos de pessoas e estórias de um filme de faroeste, tais como bandidos assassinos, saloons com mesas de poker e prostitutas, grupos de cidadãos que se juntam ao sheriff para caçar um criminoso foragido, ranchos de criação de gado e de cowboys, enigmáticos vilões que sadicamente executam quem cruza seu caminho, hordas de índios sedentos por escalpos, mocinhos que voltam à cidade para reencontrar seu amor, lindas filhas de fazendeiro prestes a descobrirem seus destinos. Estas são algumas dentre inúmeras estórias acontecendo em todos os cantos da região, diversas possibilidades de aventura, prazer, redenção e brutalidade. Acrescente a esse mundo visitantes determinados a vivenciar essas possibilidades com a garantia de que nenhum prazer será negado e nenhum pecado será punido. Nem a morte terá poder sobre eles. Bem que poderia ser

08 outubro 2016

Kaló Bíblia: Liberdade de pensamento


"É imperioso que se garanta a liberdade de julgamento, para que as pessoas possam conviver em harmonia, por mais diversas ou mesmo francamente contraditórias que possam ser suas opiniões" (Leg 5:2-3)

17 agosto 2016

Espelho Escuro - Ensaio sobre a privacidade nos tempos das câmeras de celular


Em meados do século XX o escritor britânico George Orwell imaginou um mundo onde um Estado totalitário vigiava continuamente cada um de seus cidadãos. "Big Brother is watching you"[1], alertavam os avisos que não deixavam esquecer que em cada esquina, cada edifício, cada corredor e cômodo havia uma câmera de vídeo a indiscretamente observar.

13 agosto 2016

Um pensamento sobre Felicidade


Não acredito no Amor, mas na vontade das pessoas para amar da forma que conseguem. Não acredito na Felicidade, mas na disposição de nos alegrarmos e estarmos bem com os meios que possuímos. O Amor

22 agosto 2015

Livre arbítrio: realidade ou ilusão?


Livre arbítrio, ou vontade livre, entendido como a faculdade mental de se decidir de forma desimpedida e não condicionada o que pensar, o que fazer e o que não fazer, é um tema presente na Filosofia desde suas origens no século VI ac. Na Teologia, é essencial em diversos assuntos caros ao Cristianismo, tais como origem do mal, justificação (salvação e condenação da alma) e moral. E, sobretudo por causa dos temas da responsabilidade e autonomia pessoal, é também importante em sistemas filosóficos humanistas. Os atuais estudos sobre a realidade do livre arbítrio, se existe ou se é uma ilusão, parecem ter graves implicações nessas diversas áreas, sem falar nas ciências sociais aplicadas, tais como Direito e Política. Talvez seja a perspectiva de um suposto esvaziamento de sentido e valor para as ações humanas, que poderia levar à deslegitimação da Moral e do Direito, que provoca em muitos um grande desconforto com a ideia de a mente humana se reduzir a processos físicos e químicos no corpo e, mais especificamente, a processos neurológicos. No caso das religiões abraâmicas, em especial,

21 janeiro 2015

Relatos Salvajes: Imperdível

Muito bem dirigido por Damián Szifron, com uma edição impecável e trilha sonora que enriquece o roteiro, Relatos Selvagens (Relatos Salvajes - 2014) é um filme da categoria "tem que ver antes de morrer". Atuações de alto nível, que nos levam a pensar que deveria ter tido mais indicações ao Oscar 2015. Em seis estórias independentes, situações comuns da vida moderna geram conflitos em que os personagens são levados a extremos com resultados surpreendentes que, embora possam beirar o surreal, nos deixam a sensação de serem possíveis. Provavelmente por que refletem, se não coisas que faríamos, ao menos coisas com as quais já sonhamos fazer. A animalidade do ser humano civilizado é colocada a prova neste grande filme, que tem tudo para levar o Oscar de melhor filme estrangeiro.

19 janeiro 2015

Liberdade de Expressão, o Papa e o atentado ao Charlie Hebdo

“É verdade que não se pode reagir violentamente, mas se Gasbarri [Alberto Gasbarri, que acompanhava o papa], grande amigo, diz uma palavra feia sobre minha mãe, pode esperar um murro. É normal!”
O direito à liberdade de expressão universalmente garantido em lei é uma conquista relativamente recente na humanidade e percorreu uma longa trajetória histórica até ser plenamente reconhecido como inerente à dignidade humana. Nunca esteve plenamente assegurado e ainda hoje se encontra, por diversos meios, ameaçado. Terroristas religiosos representam a ameaça mais evidente e violenta, mas não a mais efetiva. Seus maiores inimigos estão entre as nações democráticas e se contam dentre os que se intitulam seus defensores.

Ao contrário do que possa parecer, idealmente não deveria haver limites à liberdade de expressão. Somente a responsabilização. Nas sociedades humanas,

09 janeiro 2015

O Papa Francisco I e o Big-Bang

Em outubro de 2014, num pronunciamento na Pontifícia Academia de Ciências, o papa Francisco I declarou que as teorias do Big Bang e da Evolução das Espécies não contradizem a fé cristã e a crença na criação divina. Para o pontífice católico, “o início do mundo não é obra do caos, deriva diretamente de um princípio supremo que cria por amor. O Big Bang, que hoje se coloca na origem do mundo, não contradiz a intervenção do criador divino, mas o exige. A evolução na natureza não contrasta com a noção de criação, porque a evolução pressupõe a criação dos seres que se evoluem”. Essa declaração, noticiada com alguma importância pela mídia, causou grande impacto nos meios religiosos ocidentais, sobretudo nos meios cristãos mais fundamentalistas. Para alguns, o Papa está abrindo o Catolicismo para o futuro, arejando a cosmogonia tradicional cristã e buscando alinhar sua teologia com os últimos (e consistentes) avanços da cosmologia e da biologia evolutiva. Para outros, o Papa estaria traindo o cristianismo e a Bíblia Sagrada, fazendo concessões para o materialismo científico e ateísmo, que se recusam a crer numa criação divina. Entretanto, haveria outra forma de interpretar essa declaração do líder máximo do Catolicismo Romano, que certamente não veio por acaso?
Primeiramente precisamos reconhecer

01 outubro 2014

Sobre a opinião excretada pelo candidato Levy Fidelix

Debate-se se a manifestação do candidato Levy Fidelix no recente debate eleitoral realizado pela TV Record, especificamente aquela em que ele se posiciona contrário ao casamento homoafetivo e à homossexualidade em geral (e, de quebra, nos dá uma aula de biologia ao ressaltar que "o aparelho excretor não reproduz"), foi ou não uma manifestação preconceituosa ou racista. Muitos ressaltam que ele tem o direito de se posicionar como contrário ou a favor de qualquer assunto, num legítimo exercício de liberdade de expressão, mas devo confessar que tenho minhas dúvidas a esse respeito.
Realmente é verdade que todos nós temos o direito de expressar nossas opiniões. O problema é quando alguém as expressa de forma a incitar ou, ao menos, reforçar uma atitude preconceituosa ou racista de outros, mesmo que o sujeito não tenha essa intenção. Somos responsáveis pelos efeitos funestos que nossa opinião possa causar quando a expressamos publicamente de forma inadequada ou imprópria, como foi no caso dele. Ainda mais numa televisão. Destaque-se que ele chegou a pregar o enfrentamento contra os homoafetivos, o que é inaceitável para um candidato ao posto máximo da república!
Mas vamos pensar. E se ele se limitasse a dizer que não gosta de homossexualidade; pode ou não pode? Se ele dissesse que não gosta, embora reconhecesse nela uma possibilidade válida, eu não veria problema. É como alguém dizer que não gosta de futebol. O problema é quando se passa a dizer que o futebol é imoral, que desvirtua a família e que jogador de futebol deve ser combatido como se fosse um mal na sociedade! Nesse caso eu diria que é preconceito sim.
Veja outro exemplo: Eu posso dizer que não gosto de "João", que por acaso é gay, por que o conheço e ele não é honesto. É opinião fundamentada. Posso também dizer que não gosto de "Maria" por que ela falou mal de mim para a namorada dela, e não estarei necessariamente sendo preconceito. Posso até dizer que não me interesso por transar com pessoas do meu sexo, nem gosto de manter relacionamentos afetivos com elas, e ainda assim eu permaneceria no campo do meu direito a gosto. Mas como posso dizer que não gosto "dos homoafetivos"? A menos que conheça cada um deles individualmente e tenha motivos para os detestar a cada um, dizer isso é generalização. E, portanto, pré / conceito. Ele poderia ter dito que não pretende casar com outro homem, poderia ter dito que a fé religiosa dele diz que só homem e mulher podem casar (é absurdo, mas ainda assim é uma opinião possível). Pode até dizer, como disse, que não apoiará uma lei nesse sentido (estamos numa democracia). Mas declarar que é errado (juízo de valor), que destrói a família e que provocará uma drástica redução da população (com base em que evidências ou estudos sociológicos ele declara isso?) e que os homoafetivos devem ser "enfrentados" é exagerar muito para um homem público! É espalhar intolerância baseada em argumentos não fundamentados, que só agravam o preconceito e a violência contra todo um grupo social.
Mas concordo com quem diz que existem exageros e radicalizações dos dois lados desse debate. Cristãos conservadores em geral e militantes LGBT costumam exagerar na dose, colocado mais lenha na fogueira, o que acaba por dificultar o entendimento e torna o debate honesto quase inviável. Religiosos como ele acham que são herdeiros da autoridade divina e atacam a homoafetividade como se fossem baluartes do bem, da moral e do seu criador. Não entendem que no debate político não existe autoridade maior que a do povo e a da lei, acima de qualquer mandamento bíblico (estamos num estado laico, não é?). Por outro lado, já vi militantes das causas LGBT enxergarem preconceito em tudo, até em meras manifestações de gosto particular não ofensivas. Existe sim um certo patrulhamento de ambos os lados. Mas, se me permitem dizer, acho que os eventuais exageros da militância LGBT não representam nem um décimo das humilhações e desrespeitos que homoafetivos têm sofrido neste País racista, preconceituoso, supersticioso e intolerante.

12 março 2014

Porcos no Poder

Há 70 anos um escritor inglês genial, adepto do socialismo mas inimigo das ditaduras totalitárias comunistas, denunciou em seus livros o desvirtuamento dos ideais de igualdade e justiça social em governos comunistas (ou socialistas), quando uma elite do partido se instala no poder com o único objetivo de lá se perpetuar. Em "Animal Farm" (A Revolução dos Bichos"), George Orwell conta como essa elite dos animais, os porcos, agia enganando e manipulando os outros animais, simplesmente para manter seus privilégios e poder na nova fazenda comunista, de onde os humanos opressores haviam sido expulsos.
Num determinado dia os animais notam que a lei máxima de sua Revolução, "Todos os animais são iguais", tinha sofrido um ligeiro acréscimo que mudaria tudo dali por diante: "mas uns são mais iguais que outros". O pessoal do PT sabe aplicar essa sabedoria suína como poucos no Brasil!

13 setembro 2013

11 setembro 2013

Into The Wild

Christopher McCandless é um jovem que não se encaixa na sociedade de consumo norte-americana. Recém-formado, não quer um carro novo, não quer estudar Direito em Harvard (apesar de ter notas para isso) e despreza relações sociais baseadas em status, dinheiro, carreira ou bens. Para ele a vida moderna é toda baseada em mentiras e maldades. Decide, então, abrir mão de absolutamente tudo e partir em busca de uma vida simples e próxima à natureza, onde deseja encontrar a verdade. Abandona sua família sem deixar rastros. 

"Mais que amor, dinheiro, fé, fama e equidade, dê me a verdade", é uma das várias frases que cita de memória dos livros que carrega consigo, os únicos bens dos quais não abre mão. A filosofia e os poemas de Thoreau, naturalista norte-americano nascido em 1817, radical crítico das ideias desenvolvimentistas e autor da frase, o inspira a ir em frente. Outro escritor que acompanha Chris é Liev Tolstói, escritor nascido em 1828 que, também influenciado por Thoreau, foi um conhecido pacifista e naturalista russo. Alexander Supertramp, nome que o jovem Chris passa a usar, mergulha assim numa vida de liberdade, sem documentos, vivendo um dia após o outro no interior do oeste norte-americano sem nenhum outro plano futuro exceto viver sozinho algum tempo na natureza selvagem do Alasca. O nome adotado por Chris lembra o conjunto de rock Supertramp, mas é uma referência ao estilo de vida que passara a adotar: se tornou um "super-andarilho".


Em dois anos de caminhada e aventuras conhece diferentes pessoas que, cada uma a seu modo, vivem de modo simples suas vidas. Em alguns casos poderia ter fincado raízes, mas não se deixa prender por nada que o impeça de seguir sua aventura solitária. "Há um tal prazer nos bosques inexplorados / Há uma tal beleza na solitária praia / Há uma sociedade que ninguém invade / Perto do mar profundo e da música do seu bramir / Não que ame menos o homem / Mas amo mais a Natureza" é a citação de Lord Byron que abre o filme e define a vontade de Chris de se afastar da sociedade e conhecer a vida selvagem do Alasca. Lá encontra um ônibus abandonado numa planície e resolve estabelecer moradia. Serão, então, pouco mais de 100 dias de vida solitária na natureza selvagem.

Na Natureza Selvagem ("Into The Wild") é um filme de 2007 com roteiro e direção de Sean Penn, baseado na história verídica de Christopher McCandless (foto superior). Emile Hirsch (foto inferior) vive o jovem Supertramp com uma interpretação que envolve, mas é Hal Holbrook, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por esse trabalho, que traz emoção ao filme no papel de Ron Franz. A direção de Sean Penn é competente, mas o ponto alto da obra está na fotografia, com paisagens maravilhosas, e na edição de Jay Cassidy, que recebeu a outra indicação do filme ao Oscar.

Mas não há como deixar de falar da trilha sonora do filme. Com músicas originais, tal como "Garanteed", que ganhou o Globo de Ouro de melhor tema musical original, Eddie Vedder deu um show a parte com cantando letras que traduzem o bem espírito do personagem principal. Aliás, Sean Penn não poderia ter escolhido melhor o compositor para sua trilha sonora, já que o compositor e vocalista da banda de Seattle Pearl Jam tem em sua discografia outro grande sucesso que bem poderia ter sido o tema do protagonista: "I am mine".

Na Natureza Selvagem é daqueles filmes que mexem com o espectador, ficando na cabeça por algum tempo. A maioria de nós se identificará com o jovem Christopher, se não por sua atitude impulsiva e até certo ponto inconsequente, ao menos com seu inconformismo diante das mentiras da sociedade moderna e seu sonho de uma vida mais simples e próxima à Natureza.

 


  




23 agosto 2013

Médicos e a defesa do óbvio

O chanceler Antonio Patriota, em declarações perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, disse que a decisão de contratar médicos cubanos "foi tomada em função de considerações dos melhores serviços possíveis" e "não tem motivação ideológica", pois "há muitos médicos cubanos dispostos a fazer esse tipo de trabalho, talvez não tenha muitos médicos austríacos, por exemplo, dispostos a fazer esse trabalho.” Fui só eu que entendi a fina ironia nas palavras do chanceler? Não são essas palavras, por si só, provas da motivação ideológica da decisão de trazer médicos cubanos?

Sei que muitos vão dizer que essas palavras não têm nada de mais, principalmente os que têm por hábito primeiro verificar quem falou para depois decidir se falou a verdade ou não.

Não é óbvia a resposta? Claro que médicos austríacos (supondo que sejam excelentes médicos, como a ironia dá a entender) não querem trabalhar nas comunidades carentes do Brasil, onde a estrutura é precária e falta de tudo. Na verdade, nenhum médico desejaria se submeter a uma situação dessas. De modo geral, salvo raras e nobres exceções, médicos são pessoas comuns que, como qualquer outro profissional, desejam ter uma carreira e condições de trabalho adequadas... Exceto os cubanos! E dai vem a pergunta: o que os médicos cubanos têm de diferente que os leva a aceitar uma missão que nenhum outro está disposto a aceitar?

Mais uma vez: não é óbvia a resposta? Tratam-se de médicos vindos de um país onde liberdade de expressão e vontade pessoal não significam nada e onde se deve prestar juramento ideológico ao Estado para se ser incorporado a essas missões internacionais. Eles estão nessa missão para fazer propaganda do regime cubano, assim como para angariar recursos para o governo de cuba, que confisca parte de seus salários, e não porque são grandes humanitaristas. Mas até ai não há mal algum nisso. O problema é quando o governo do Brasil decide trazer esses médicos justamente por causa dessa característica: por serem cubanos e por terem uma motivação ideológica.

Pois a frase do chanceler demonstra bem essa motivação ideológica: se os médicos austríacos são uma boa opção, se são bons como a ironia do chanceler insinuou, porque se contentar com pouco? Porque não se busca criar as condições para que eles desejem vir ao Brasil? Se a ideia é ter um sistema de saúde bom e eficiente, porque não atrair os melhores médicos oferecendo-se melhores condições? Porque se conformar com os cubanos, que foram os únicos que aceitaram? Mais ainda: porque o governo federal não está debatendo os motivos pelos quais os médicos brasileiros e de outros países não quiseram ir para as comunidades mais carentes? Porque não vejo ninguém do governo questionar as condições que esses médicos cubanos vão ter que enfrentar? Porque estão todos mobilizados na missão de justificar a opção pelos médicos cubanos?

Ainda não está óbvio? Porque do jeito que está é como eles querem que fique. Deste jeito, com postos de saúde precários, só os cubanos aceitam vir para o Brasil, que é exatamente o que o chanceler Antonio Patriota e sua presidente querem. Esses médicos, inseridos em comunidades carentes e remotas do Brasil, não vão poder fazer muito pela saúde dessas comunidades, mas vão fazer uma propaganda que fará a diferença na campanha para a reeleição da presidente Dilma. Afinal de contas, qualquer médico estrangeiro inserido nessas comunidades seria um risco, pois poderia denunciar a farsa do Programa Mais Médicos à imprensa, coisa que dificilmente farão os dóceis e doutrinados médicos de Raúl Castro.

 
Se ainda não está obvia a motivação do Programa Mais Médicos, só me resta citar Bertold Brecht, dramaturgo alemão marxista falecido em 1956, para as palavras de encerramento do texto:



"Que tempos são estes, em que é necessário defender o óbvio?"

22 agosto 2013

Não confunda Hipócrates com Hipócritas!

Hipócrates é o patrono da medicina. Hipócrita é o político que finge estar preocupado em resolver o problema da saúde no Brasil quando, na verdade, quer dar emprego a 4000 médicos-escravos de Cuba, conforme acerto que a presidente Dilma fez a Raúl Castro em 2012.

Se a intenção fosse realmente resolver o problema da saúde nas comunidades carentes e remotas do Brasil, a presidente estaria preocupada primeiramente em equipar os postos de saúde, clinicas e hospitais, que em sua maioria estão sucateados e arruinados. Depois disso, então, com certeza, a adesão de médicos brasileiros e estrangeiros ao Programa Mais Médicos seria sensivelmente maior.

Na prática, o que foi ofertado aos médicos pelo Programa do governo federal foi trabalharem em locais sem mínima condição para a prática da medicina, coisa que poucos médicos aceitariam por livre opção. Mas "livre opção" não é um problema para Cuba, que logo após o anúncio da baixa adesão de médicos brasileiros e estrangeiros ao programa, já estava com 4000 médicos prontinhos, com mala na mão (e bola de ferro no pé), para virem para o Brasil. Em troca, o Brasil pagará os 4000 salários diretamente a Cuba (através da OPAS), que depois vai decidir quanto e quando pagará os médicos escravos. E a presidente Dilma passa a ter um fato político para apresentar em sua campanha de reeleição.

Pelo jeito, se Hipócrates é o patrono da medicina, Hipocrisia é o valor orientador das políticas de saúde do governo federal.

Programa Mais Médicos - A Favor ou Contra?

Vamos esclarecer algumas coisas, pois a confusão só interessa a quem quer manipular a opinião pública.

Programa Mais Médicos

Sou a favor que se conceda benefícios diferenciados e melhores salários a médicos que aceitem trabalhar em comunidades carentes e remotas.

Sou contra que se insinue que médicos brasileiros não querem trabalhar em comunidades pobres por não terem comprometimento social, como se nenhum se importasse com os mais pobres, quando a verdade é que o que não querem é trabalhar num posto caindo aos pedaços onde falta de tudo, desde equipamentos de diagnóstico e exames até gases e água tratada (afinal, isso é trabalho para curandeiro ou rezadeira, não para médicos).

Sou a favor que se aceite médicos estrangeiros que desejem trabalhar no Brasil.

Sou contra que se aceite qualquer estrangeiro que se auto-intitule "médico" sem que prove sua competência por um exame de validação de diploma (afinal, é o diploma válido que diferencia o curandeiro do médico).

Sou a favor se abram vagas específicas, em comunidades carentes e remotas, para a contratação de médicos estrangeiros que desejem trabalhar no Brasil.

Sou contra que essas vagas específicas sejam ofertadas com base em regras que servem para direcionar o programa a um fim ideológico.

Mais uma vez: sou a favor de um programa para levar médicos a comunidades carentes e remotas.

Mas sou contra um programa que desde o início foi direcionado e concebido para que seu resultado final seja contratar médicos de Cuba e reconhecer seus diplomas sem revalidação.

Sou a favor que se pague bem os médicos que oferecerem seu talento a fazer o bem em comunidades carentes.

Sou contra a escravização de médicos cubanos que são enviados a comunidades carentes e remotas por determinação de um Estado ditatorial, que os manterá sob controle e confiscará seus salários, com a complacência e aval do governo brasileiro.

Sou a favor que se coloque médicos em todos os postos de saúde do país. Mas também sou a favor que, com os médicos, se coloque ainda equipamentos, suprimentos, remédios, ambulâncias, etc...

O Programa Mais Médicos, do jeito que foi concebido e empurrado goela a baixo no brasileiro, não vai resolver o problema da saúde no Brasil, mas pretende resolver o problema da reeleição da presidente Dilma em 2014 e, de quebra, mandar verbas para a manutenção do falido governo de Cuba que, apesar das opiniões ideológicas do ministro Antônio Patriota, está muito longe de ser uma democracia.


DETALHE 1: Alguém arrisca um palpite do porque o governo federal insiste em não submeter os médicos estrangeiros a um exame de validação de diploma, algo que seria perfeitamente sensato e natural, além de praticado em todos os países sérios do mundo? Simplesmente porque os médicos portugueses passariam no teste, assim como os espanhóis, italianos, etc, mas não os cubanos! Já há muito tempo a qualidade do médico cubano tem caído, a ponto de recentemente terem sido recusados em alguns países, inclusive no Paraguai. Mas como ficaria muito feio exigir o exame de todos exceto os cubanos, o governo federal veio com essa de liberar todos do exame.

DETALHE 2: O governo de Cuba oferece bolsas em cursos de medicina para brasileiros encaminhados pelo PT e outros partidos de esquerda. Mas agora esses "médicos" precisam do reconhecimento de diploma no Brasil. Será que parte dos médicos cubanos agraciados com a benesse do reconhecimento automático de diploma não será composta por esses companheiros?

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